FM - Faculdade Mental

FORMANDOS & FORMADOS - 23/10/2006

A SOLUÃ‡ÃƒO PASSA PELA EDUCAÃ‡ÃƒO!

EDUCAÃ‡ÃƒO

O investimento federal por aluno no ensino superior Ã© 11 vezes maior do que no ensino fundamental. Ã‰ uma opÃ§Ã£o oposta Ã da CorÃ©ia, que, ao investir maciÃ§amente na educaÃ§Ã£o infantil, erradicou o analfabetismo e hoje tem 82% dos jovens na universidade.

O Brasil estÃ¡ nas Ãºltimas colocaÃ§Ãµes do PÃ¬sa, teste promovido pela OrganizaÃ§Ã£o para a CooperaÃ§Ã£o e Desenvolvimento EconÃ´mico em 41 paÃses para checar o nÃvel de conhecimento dos alunos com 15 anos.

MatemÃ¡tica: Ãºltimo lugar
Leitura: 37 lugar
CiÃªncias: penÃºltimo lugar

Para cada estudante a mais, a renda do brasileiro sobre em mÃ©dia 10%.

Fonte: Veja - ediÃ§Ã£o 1980.

OS PROFESSORES ENSINAM: ESTUDAR Ã‰ O PRINCIPAL

O profissional de logÃstica precisa ter uma formaÃ§Ã£o multidisciplinar, que inclui habilidades de negociaÃ§Ã£o, visÃ£o integrada da cadeia produtiva e uso de tecnologia de informaÃ§Ã£o, alÃ©m de possuir raciocÃnio lÃ³gico e abstrato, boa gestÃ£o de rede de relacionamento, conhecimento prÃ¡tico sobre fluxos produtivos, fluÃªncia em diversos idiomas e espÃrito de equipe.
De acordo com HÃ©lio Meirim, professor universitÃ¡rio e consultor da HRM LogÃstica Consultoria Empresarial, as empresas de todo o mundo vivem um momento desafiador, cujo cenÃ¡rio Ã© caracterizado pela busca por maior competitividade, maior desenvolvimento tecnolÃ³gico, maior oferta de produtos e serviÃ§os adequados Ã s expectativas dos clientes e maior desenvolvimento e motivaÃ§Ã£o de seu capital intelectual (recursos humanos).
â€œPara superaÃ§Ã£o destes desafios, algumas empresas buscam na logÃstica o diferencial competitivo para se manterem no mercado, com isso planejam e coordenam suas aÃ§Ãµes gerenciais de uma forma integrada, avaliando todo o processo desde o fornecimento da matÃ©ria-prima atÃ© a certeza do perfeito atendimento ao clienteâ€, explica.
EntÃ£o, para o sucesso destas estratÃ©gias logÃsticas, o professor julga necessÃ¡rio contar com profissionais qualificados e que possuam uma formaÃ§Ã£o multidisciplinar.
â€œConhecimentos sÃ³lidos de administraÃ§Ã£o e uma visÃ£o sistÃªmica da empresa em sua cadeia produtiva sÃ£o requisitos indispensÃ¡veis para o profissional de logÃsticaâ€, Ã© o que diz Adelar Markoski, professor dos cursos de graduaÃ§Ã£o e pÃ³s-graduaÃ§Ã£o em administraÃ§Ã£o da URI â€“ Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das MissÃµes e da UNOESC â€“ Universidade do Oeste de Santa Catarina e pesquisador da Ã¡rea de logÃstica.
Segundo ele, como o estudo e a utilizaÃ§Ã£o da logÃstica no Brasil Ã© recente, considerando a ascensÃ£o na Ãºltima dÃ©cada, Ã© comum encontrar, neste cargo, profissionais que migraram de atividades como gerente de materiais, PCP ou chefe de almoxarifado. â€œEsta experiÃªncia Ã© importante, mas nÃ£o suficiente. Uma visÃ£o integrada da cadeia produtiva permite entender o fluxo de produtos/serviÃ§os, informaÃ§Ãµes e recursos a montante e a jusante, transcendendo as fronteiras da empresa. Ã‰ a atividade do profissional de logÃstica, na concepÃ§Ã£o de logÃstica interna, que vai permitir a inserÃ§Ã£o de sua empresa na cadeia produtiva e, conseqÃ¼entemente, colaborar para a criaÃ§Ã£o da cadeia de valorâ€, considera.
Para Markoski, a visÃ£o de que a logÃstica Ã© uma importante fronteira competitiva permite que empresas agreguem valor a seus produtos por meio de serviÃ§os, contudo, independente de qual etapa da cadeia a empresa estÃ¡ situada, o conhecimento do consumidor Ã© decisivo em termos de competitividade.
â€œDesta forma, cabe ao profissional de logÃstica dominar, tambÃ©m, a tecnologia disponÃvel na troca de informaÃ§Ãµes ao longo da cadeia, para a utilizaÃ§Ã£o de mecanismos como VMI, EDI, RF, ECR e WMS, entre outros disponÃveis. Estes permitem aplicar um modelo estratÃ©gico de negÃ³cios no qual fornecedores, empresa e distribuidores agregam valor ao consumidorâ€, conclui o pensamento.
Na opiniÃ£o do professor de logÃstica e marketing e consultor de empresa Waldeck Lisboa Filho, jÃ¡ que a logÃstica estÃ¡ passando, naturalmente, para uma fase de participaÃ§Ã£o total dentro de uma organizaÃ§Ã£o, o profissional tem de estar integrado ao planejamento estratÃ©gico desta organizaÃ§Ã£o, fazendo parte de sua criaÃ§Ã£o.
â€œVemos cada vez mais os resultados das tÃ©cnicas operacionais e indicativos da logÃstica participando de uma missÃ£o, visÃ£o, objetivos, metas, anÃ¡lise swot [a Swot Analysis estuda a competitividade de uma organizaÃ§Ã£o segundo quatro variÃ¡veis: forÃ§as, fraquezas, oportunidades e ameaÃ§as], ou seja, tudo que incorpora a relaÃ§Ã£o da empresa com fornecedores e clientesâ€, afirma.
No entanto, Lisboa Filho preocupa-se com a visÃ£o do empresÃ¡rio quanto Ã funÃ§Ã£o da logÃstica. Segundo ele, os empresÃ¡rios sabem da necessidade da logÃstica, mas ainda nÃ£o valorizam o profissional, principalmente na mÃ©dia e pequena empresa. Este acaba sendo apenas um empregado interno, que tem a obrigaÃ§Ã£o de receber, armazenar e expedir mercadorias, alÃ©m de fazer os devidos controles de estoque.
â€œNossa esperanÃ§a estÃ¡ num crescimento proporcional: o empresÃ¡rio valorizando os processos logÃsticos e o profissional. E o profissional, por sua vez, preparando-se para o mercadoâ€, revela.
Lisboa Filho tambÃ©m destaca o desnorteamento do mercado na oferta acadÃªmica de conceituaÃ§Ã£o logÃstica moderna na preparaÃ§Ã£o de profissionais. De acordo com ele, os universitÃ¡rios perceberam a oportunidade logÃstica no futuro, mas as empresas ainda nÃ£o assimilaram este nÃvel de importÃ¢ncia.
â€œA preparaÃ§Ã£o focada somente nos materiais e conceitos afins nÃ£o basta. O profissional de logÃstica tem de estar preparado em outras profissÃµes, como um advogado, um mÃ©dico, um administrador, etc.â€, salienta.
Para ele, a visÃ£o do profissional tem de estar amplamente se alongando no mercado, seja em estratÃ©gia ou em qualidade de operaÃ§Ã£o. â€œO profissional de logÃstica precisa conhecer todas as Ã¡reas e crescer em cada uma delas para consolidar a sua performance na organizaÃ§Ã£oâ€, finaliza seu ponto de vista.
Dalva Santana, diretora de logÃstica reversa e meio ambiente do NÃºcleo de LogÃstica do Rio Grande do Sul, membro do CONDEMA - Conselho Municipal de Meio Ambiente, consultora e professora de logÃstica empresarial, por sua vez, aponta os desafios dos profissionais da logÃstica.
Para ela, a oportunidade na Ã¡rea logÃstica Ã© um campo muito vasto, sendo preciso estar atento aos atributos necessÃ¡rios para manter a empregabilidade, termo definido como aÃ§Ãµes que devem ser operacionalizadas para garantir o direito de escolher seus passos futuros na carreira.
â€œO que Ã© necessÃ¡rio para garantir sua empregabilidade neste ramo? O que deve ser feito? Como agir? Estes sÃ£o questionamentos que devem ser feitos todos os dias por estes profissionaisâ€, informa.
Dalva descreve que para o â€œcrescimentoâ€ do profissional, Ã© preciso desenvolver competÃªncias e habilidades. â€œHÃ¡ muitas maneiras de busca de conhecimento que devem ser exercidas durante toda a vida. Nas competÃªncias e habilidades cabe verificar se as suas estÃ£o dentro do perfil que a empresa espera e vice-versa. Ã‰ estar preocupado na busca de desafios que o motivem na busca por resultados. Ã‰ ter dentro de si uma certa pergunta: o que me faz ficar motivado? SerÃ¡ que estou preparado?â€, diz.
As redes de relacionamento construÃdas ao longo da carreira e como Ã© feita a gestÃ£o deste item tambÃ©m sÃ£o pontos importantes lembrados por ela. AlÃ©m de ser significativo o conhecimento, nÃ£o apenas adquirido de maneira formal, mas tambÃ©m aquele que estÃ¡ sempre latente e, cada um: leituras, palestras, seminÃ¡rios, internet e reuniÃµes informais. â€œTer uma boa gestÃ£o da rede de relacionamento Ã© uma maneira de aproximar-se mais de suas metas, agregando e compartilhando conhecimentos dentro e fora da rede. JÃ¡ sobre ter perfil de servir e nÃ£o de apenas ser servido Ã© uma quebra de paradigmas, uma vez que, culturalmente aprende-se a ser servido. Ã‰ interessante lembrar a seguinte frase de um americano: â€˜o que eu posso fazer pelo meu paÃsâ€™, em vez da outra frase: â€˜o que pode o meu paÃs fazer por mimâ€™. Isso denota o quanto mudou de lÃ¡ para cÃ¡! No mundo empresarial tambÃ©m mudou muita coisa: passamos do â€˜euâ€™ para o â€˜nÃ³sâ€™â€, enfatiza.
A professora de logÃstica empresarial tambÃ©m ressalta que Ã© importante servir a equipe de trabalho com entusiasmo, â€œnÃ£o deixar a chama apagar e apaixonar-se pelo o que estÃ¡ fazendo. Colocar intensidade no exercÃcio da atividade e â€˜incendiarâ€™ sua equipe.â€
TambÃ©m para Marcos Henrique Yamakawa, professor/coordenador do curso de logÃstica da Escola TÃ©cnica Estadual Bento Quirino, a visÃ£o do tÃ©cnico em logÃstica deve ser generalista, Ã© necessÃ¡rio conhecer a empresa como um todo, principalmente no que se diz respeito a sua missÃ£o e visÃ£o.
Para o professor, o perfil requerido no mercado Ã© de um profissional voltado para a execuÃ§Ã£o dos processos de planejamento, operaÃ§Ã£o e controles de programaÃ§Ã£o da produÃ§Ã£o de bens e serviÃ§os, programaÃ§Ã£o de manutenÃ§Ã£o de mÃ¡quinas e de equipamentos, compras, recebimento, armazenamento, movimentaÃ§Ã£o, expediÃ§Ã£o e distribuiÃ§Ã£o de materiais e produtos, utilizando tecnologia de informaÃ§Ã£o na busca constante da melhoria da qualidade de produtos e serviÃ§os e reduÃ§Ã£o dos custos.
â€œSua formaÃ§Ã£o nÃ£o se baseia somente nas habilidades tÃ©cnicas da Ã¡rea operacional, como tambÃ©m na Ã¡rea administrativa em seus processos, rotinas e operaÃ§Ãµesâ€, enfoca.
A este tipo de formaÃ§Ã£o ampla, na opiniÃ£o de Leonardo de Oliveira Pontual, professor universitÃ¡rio, coordenador de projetos acadÃªmicos da Faculdade Integrada do Recife - FIR e consultor, inclui tambÃ©m a formaÃ§Ã£o humanista.
â€œDentre as qualidades desse profissional eu destacaria: raciocÃnio lÃ³gico (precisa deduzir e subtender as causas de um problema); raciocÃnio abstrato (compreender a complexidade das variÃ¡veis e enxergar virtualmente e antecipadamente os impactos de uma aÃ§Ã£o sobre o mercado e a operaÃ§Ã£o); visÃ£o sistÃªmica (precisa ter uma visÃ£o integrada dos recursos existentes na empresa e saber desenhar e entender os processos e procedimentos); relacionamento interpessoal (precisa saber conversar, motivar e influenciar pessoas); conhecimentos do marketing (precisa se colocar sempre no lugar do cliente, sem perder de vista o custo total); prÃ³-atividade (precisa ser ligado, ativo, prever possÃveis gargalos e agir, sempre). AlÃ©m disso, precisa ter familiaridade com softwares de gestÃ£o e conhecer razoavelmente a lÃngua inglesaâ€, anuncia.
Ã‰ o que Helio Flavio Vieira, professor/pesquisador (graduaÃ§Ã£o e pÃ³s-graduaÃ§Ã£o), mestre e doutor em logÃstica e transporte pela Universidade Federal de Santa Catarina, tambÃ©m valoriza: a soma do pessoal com o profissional.
â€œEntendemos que um profissional de logÃstica, antes de tudo, tem de ser uma pessoa dinÃ¢mica e determinada, com uma boa dose de conhecimento prÃ¡tico sobre fluxos produtivos e, por outro lado, com um grande embasamento teÃ³rico sobre os conceitos, procedimentos, tÃ©cnicas e mÃ©todos logÃsticos, assim como das principais tecnologias de informaÃ§Ã£o envolvidas nos processos.
A visÃ£o desse profissional deve ter um foco abrangente, ou seja, estar analisando um determinado processo sempre com a perspectiva da influÃªncia deste em processos posteriores. Como a prÃ³pria logÃstica o Ã©, com uma visÃ£o sistÃªmicaâ€, explica.
TambÃ©m pensa assim Jean Mari Felizardo, coordenador da AgÃªncia de ComÃ©rcio Exterior da Faculdade Integrada do CearÃ¡ - FIC, professor de logÃstica empresarial e internacional na graduaÃ§Ã£o e pÃ³s-graduaÃ§Ã£o da mesma faculdade. Para ele, o profissional de logÃstica deve ter capacitaÃ§Ã£o tÃ©cnica e humana, ou seja, deve ter raciocÃnio lÃ³gico, flexibilidade, capacidade de relacionamento, ser integrador, bom negociador, alÃ©m de possuir fluÃªncia em diversos idiomas, ter visÃ£o de futuro e nÃ£o ter medo de mudar/inovar.
â€œTer conhecimento do sistema integrado tanto da empresa quanto dos fornecedores e clientes. Bem como, conhecimentos das atividades para o comÃ©rcio internacional, principalmente dos processos aduaneiros e dos fatores de escolha do modal e de unitizaÃ§Ã£o para a internacionalizaÃ§Ã£o dos produtos brasileirosâ€, acrescenta.
Felizardo tambÃ©m alerta para o profissional nÃ£o estar focado em capacitar-se somente na Ã¡rea de logÃstica, mas tambÃ©m obter conhecimentos na Ã¡rea da psicologia do consumidor, educaÃ§Ã£o do trabalhador (em relaÃ§Ã£o a alocar o funcionÃ¡rio de acordo com as necessidades dos processos), ergonomia e meio ambiente (tanto para utilizar a logÃstica reversa de pÃ³s-consumo quanto a logÃstica verde). â€œEle deve entender que o processo de logÃstica precisa ser disseminado na empresa, como se fosse a filosofia da organizaÃ§Ã£oâ€, assinala.
MÃºltiplas habilidades deve ter o profissional, segundo Paulo SÃ©rgio GonÃ§alves, professor universitÃ¡rio (graduaÃ§Ã£o e pÃ³s-graduaÃ§Ã£o) da Faculdade IBMEC/RJ (originada do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) e consultor de empresas, o que seria uma junÃ§Ã£o de tÃ©cnica, informaÃ§Ã£o e lideranÃ§a.
â€œO profissional de logÃstica de hoje deve ter uma forte formaÃ§Ã£o na Ã¡rea de matemÃ¡tica aplicada, seja ele graduado em engenharia ou administraÃ§Ã£o. Ter um vasto conhecimento das tÃ©cnicas inerentes Ã atividade (gestÃ£o de estoques, gestÃ£o de transporte, gestÃ£o de compras, supply chain, etc.). Possuir uma boa bagagem na Ã¡rea de tecnologia da informaÃ§Ã£o, conhecendo, de preferÃªncia, softwares aplicativos destinados Ã gestÃ£o logÃstica. Ter um perfil prÃ³-ativo, ser criativo e, acima de tudo, contar com um grande espÃrito de equipe. Preferencialmente ter um perfil de lideranÃ§a para gerenciar equipes multidisciplinares. Aliado a esse perfil bÃ¡sico Ã© extremamente relevante que busque constantemente aperfeiÃ§oamento, assim como conhecimentos das modernas tÃ©cnicas aplicadas Ã gestÃ£o logÃstica em seus diversos ramos de atividadesâ€, expÃµe.
LÃgia Duarte Guerra, coordenadora do curso superior de tecnologia em logÃstica da Faculdade Anchieta, tambÃ©m fala sobre a importÃ¢ncia da educaÃ§Ã£o formal para este profissional, que busca garantir o perfil profissiogrÃ¡fico desejado pelas organizaÃ§Ãµes por meio de cursos superiores que oferecem conhecimentos e habilidades que podem garantir a qualificaÃ§Ã£o.
AlÃ©m disso, LÃgia apresenta uma importante novidade no setor educacional: a criaÃ§Ã£o do CatÃ¡logo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia. â€œCom o crescimento dos cursos de graduaÃ§Ã£o em tecnologia, no final de julho, o MinistÃ©rio da EducaÃ§Ã£o â€“ MEC, em sintonia com o setor produtivo, criou o CatÃ¡logo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia, cujo intuito Ã© orientar os agentes envolvidos na oferta do ensino superior, enquadrando o profissional de logÃstica na Ã¡rea de gestÃ£o e comÃ©rcio, estabelecendo diretrizes curriculares com o objetivo de formar um profissional especializado em armazenagem, distribuiÃ§Ã£o e transporte, que planeja, coordena, gerencia, estabelece processos, identifica e negocia padrÃµes de recebimento, armazenagem, movimentaÃ§Ã£o e embalagens de materiaisâ€, explica.
Segundo ela, os cursos de logÃstica vieram na contramÃ£o do ensino superior, pois os primeiros deles nasceram na pÃ³s-graduaÃ§Ã£o, formando especialistas profissionais de Ã¡reas distintas como engenheiros, administradores, economistas, arquitetos, etc., em seguida nasceram os cursos superiores de Tecnologia em LogÃstica.
â€œEstes cursos superiores demonstram a necessidade de profissionais aptos a reconhecer e definir problemas; equacionar soluÃ§Ãµes por meio do pensamento estratÃ©gico; introduzir modificaÃ§Ãµes no processo produtivo, atuando preventivamente; transferir e generalizar conhecimento e exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo de tomada de decisÃµesâ€, detalha.
TambÃ©m sÃ£o buscados profissionais capazes de desenvolver expressÃ£o e comunicaÃ§Ã£o compatÃveis com o exercÃcio profissional, inclusive nos processos de negociaÃ§Ã£o e nas comunicaÃ§Ãµes interpessoais ou intergrupais; refletir e atuar, criticamente, sobre a esfera da produÃ§Ã£o, compreendendo sua posiÃ§Ã£o e funÃ§Ã£o na estrutura produtiva sob seu controle e gerenciamento; desenvolver raciocÃnio lÃ³gico, crÃtico e analÃtico para operar com valores e formulaÃ§Ãµes matemÃ¡ticas presentes nas relaÃ§Ãµes formais e causais entre fenÃ´menos produtivos, administrativos e de controle, expressando-se de modo crÃtico e criativo diante de diferentes contextos organizacionais e sociais, adiciona a coordenadora.
â€œAlÃ©m disto, deve possuir iniciativa, criatividade e determinaÃ§Ã£o, vontade polÃtica e administrativa, vontade de aprender, estar aberto a mudanÃ§as e consciente da qualidade e das implicaÃ§Ãµes Ã©ticas de seu exercÃcio profissional; desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiÃªncia cotidiana para o ambiente de trabalho e de seu campo de atuaÃ§Ã£o profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptÃ¡velâ€, completa LÃgia.
Ela relata, ainda, que o profissional serÃ¡ remunerado proporcionalmente Ã s competÃªncias e habilidades que sua vida profissional cotidiana demandar, desde operaÃ§Ãµes internas e/ou externas atÃ© multioperaÃ§Ãµes, assim as redes de cooperaÃ§Ã£o entre as organizaÃ§Ãµes Ã© que demandarÃ£o o profissional. â€œÃ‰ bom lembrar que o profissional deverÃ¡ estar sempre preparado para assumir os modelos mais complexos desenvolvidos pelas Redes de NegÃ³ciosâ€, alerta.
Ligia tambÃ©m soma Ã s qualidades necessÃ¡rias ao profissional de logÃstica ser um empreendedor talentoso, criativo, feliz, autoconhecedor do que faz, tomador de decisÃµes velozes como a transmissÃ£o de informaÃ§Ãµes. â€œAlÃ©m disso, as pesquisas apontam para um conhecedor de processos complexos interconectado em networking. Assim, sua formaÃ§Ã£o deverÃ¡ ser tÃ©cnica, porque lidarÃ¡ com modelagem e simuladores buscando leadtimes cada vez menores, com erros calculados durante as operaÃ§Ãµes e custos baixos, e humana, porque lidarÃ¡ com pessoas e precisarÃ¡ cada vez mais de qualidade de vida no trabalho, pois os lÃderes mais desejados sÃ£o fascinantes e interessantesâ€.

ATRIBUTOS DE UM GESTOR DE PROCESSOS LOGÃSTICOS

- Ter visÃ£o integrada e sistÃªmica de todos os processos da empresa. A ausÃªncia deste conceito faz com que cada Ã¡rea/departamento pense e trabalhe de forma isolada, gerando conflitos internos por poder, fazendo com que os maiores concorrentes de uma empresa estejam dentro dela mesma;
- Fazer com que materiais e informaÃ§Ãµes movimentem-se o mais rÃ¡pido possÃvel, otimizando os investimentos em ativos (estoques);
- Enxergar toda a cadeia de suprimentos como parte importante do processo. Fornecedores, colaboradores, comunidade e clientes sÃ£o como elos de uma corrente e estÃ£o intimamente interligados. Por isso, deve-se sempre avaliar se as necessidades e expectativas estÃ£o sendo plenamente atendidas;
- Planejar (estratÃ©gica, tÃ¡tica e operacionalmente) e avaliar constantemente o desempenho por meio de indicadores: ferramentas gerenciais essenciais para o desenvolvimento de um bom sistema logÃstico;
- Possuir habilidades de negociaÃ§Ã£o tanto no ambiente interno (com relaÃ§Ã£o aos seus pares, clientes e fornecedores internos) como em relaÃ§Ã£o ao ambiente externo (clientes, fornecedores, vizinhos e acionistas);
- Estar atento e atualizado em relaÃ§Ã£o aos avanÃ§os tecnolÃ³gicos que podem proporcionar melhorias nos processos logÃsticos;
- Desenvolver uma visÃ£o de colaboraÃ§Ã£o no sentido de compartilhar informaÃ§Ãµes e recursos entre os elementos da cadeia de suprimentos, visando a que todos obtenham benefÃcios que serÃ£o revertidos para a cadeia como um todo.

Fonte: Jornal LogWeb Edicao 56.