FM - Faculdade Mental

MARILENE CAROLINA - 15/01/2009

UM TREM PARA AS ESTRELAS...

ROYAL RAJASTHAN ON WHEELS
English:
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Oficial site/more photos:
http://www.royalrajasthanonwheels.com/photogallery.html
Ãndia - SuÃte de luxo do novo trem de passageiros Royal Rajasthan on Wheels Ã© apresentada durante viagem inaugural pelo deserto do Estado de Rajasthan. O veÃculo tem capacidade para 82 pessoas, possui 13 salÃµes de luxo, quatro vagÃµes de serviÃ§o e dois restaurantes. As diÃ¡rias variam entre US$ 800 e US$ 2 mil.
Fonte: Terra - 13/01/09.
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Site oficial/Mais fotos:
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IGREJA ATACA O "ROUBA, MAS FAZ"
A Campanha da Fraternidade, organizada pela ConferÃªncia Nacional dos Bispos do Brasil na Quaresma, visarÃ¡ neste ano a Ã©tica na polÃtica. A fim de propor projeto de lei contra a participaÃ§Ã£o dos "ficha-suja" nas eleiÃ§Ãµes, a campanha da Igreja CatÃ³lica combaterÃ¡ a ideia do "rouba, mas faz", o foro privilegiado e a imunidade parlamentar para crimes comuns.
Fonte: Folha de S.Paulo - 12/01/09.
ConferÃªncia Nacional dos Bispos do Brasil - http://www.cnbb.org.br/ns/

GRANDE MUSEU
Uma espiadela no site do museu Guggenheim (http://www.guggenheim.org/) Ã© uma verdadeira aula de arte.
Fonte: O Tempo - 15/01/09.

A CRISE E OS COMPROMISSOS COM A EDUCAÃ‡ÃƒO
Nos Ãºltimos anos, um nÃºmero crescente de governos estaduais e municipais, assim como empresas do setor privado, buscaram implementar aÃ§Ãµes com o objetivo de promover a reduÃ§Ã£o das desigualdades sociais.
No entanto, 2009 comeÃ§a invadido por perspectivas pessimistas geradas pelas consequÃªncias da crise financeira que assolou o mundo no segundo semestre de 2008.
Prefeitos de todo o paÃs tomaram posse discursando sobre cortes nos orÃ§amentos municipais, embora a maioria deles tenha ressaltado que o social nÃ£o sofrerÃ¡ alteraÃ§Ãµes.
Neste ano, teremos a chance de pÃ´r a prova nossa capacidade de maior coerÃªncia entre o discurso e a prÃ¡tica, algo que parece Ã³bvio, mas tÃ£o difÃcil de realizar nÃ£o sÃ³ nas polÃticas pÃºblicas mas tambÃ©m nas aÃ§Ãµes empresariais, como mostram inÃºmeros exemplos da nossa histÃ³ria.
Temos a chance de cumprir compromissos de campanhas polÃticas e de balanÃ§os empresariais, de modo a incluir novos segmentos sociais nas diferentes instÃ¢ncias de participaÃ§Ã£o da sociedade.
Temos muito a aprender em termos de justiÃ§a social e democracia, como construir fortes instituiÃ§Ãµes da sociedade civil, monitorar as polÃticas do Executivo e do Legislativo e, especialmente, acompanhar os orÃ§amentos pÃºblicos.
Nesse sentido, o Movimento Nossa SÃ£o Paulo tem dado um exemplo de que Ã© possÃvel mobilizar os diferentes segmentos da sociedade paulistana para construir e se comprometer com uma agenda e um conjunto de metas que visem tornar SÃ£o Paulo uma cidade mais justa e sustentÃ¡vel.
Para que isso se torne uma realidade no curto prazo, Ã© fundamental o esforÃ§o de cada um para propor, acompanhar e cobrar as promessas e propostas governamentais, assim como os planos de responsabilidade social das empresas, que nÃ£o podem apenas cortar investimentos sociais como primeira medida para se proteger da crise.
Parece Ã³bvio que, numa situaÃ§Ã£o de crise, o foco deve ser a equidade e os direitos do ser humano e, portanto, as Ã¡reas sociais devem ser priorizadas para nÃ£o aumentarmos o fosso existente entre as diferentes camadas da sociedade.
No processo de construÃ§Ã£o de uma sociedade mais justa, chegamos ao consenso de que o investimento em educaÃ§Ã£o Ã© o maior impulsionador da diminuiÃ§Ã£o das desigualdades sociais.
A divulgaÃ§Ã£o de diversas avaliaÃ§Ãµes nacionais e regionais demonstrou que, se hÃ¡ alguma melhora nos nossos indicadores educacionais, eles ainda estÃ£o longe de alcanÃ§ar as metas de qualidade propostas pela sociedade -governo e sociedade civil- como condiÃ§Ã£o necessÃ¡ria para a formaÃ§Ã£o dos cidadÃ£os brasileiros capazes de se integrarem no mundo do sÃ©culo 21.
Esses resultados tornam a cada dia mais urgente a implementaÃ§Ã£o de uma sÃ©rie de medidas que invertam esse quadro.
Nesse contexto, inserem-se vÃ¡rias polÃticas educacionais, como o cumprimento de uma das metas do Todos pela EducaÃ§Ã£o de aumentar para 5% do PIB os recursos para a educaÃ§Ã£o, assim como, em SÃ£o Paulo, voltarmos a destinar os 30% dos recursos para a educaÃ§Ã£o, transferindo, por exemplo, para a assistÃªncia programas como o Leve Leite, que consome em torno de R$ 200 milhÃµes.
NÃ£o podemos deixar que, mais uma vez, programas sociais de sucesso -tanto os coordenados pelo setor pÃºblico quanto aqueles coordenados por institutos ou fundaÃ§Ãµes do terceiro setor- sejam descontinuados.
As populaÃ§Ãµes que vivem em situaÃ§Ã£o de alta vulnerabilidade comeÃ§aram a confiar na atuaÃ§Ã£o e na efetividade desses programas. NÃ£o temos o direito de frustrÃ¡-los novamente e continuarmos apresentando um dos maiores Ãndices de desigualdade social do mundo. "Tinha medo nÃ£o. Tinha era cansaÃ§o de esperanÃ§a", como disse Riobaldo em "Grande SertÃ£o: Veredas".
A construÃ§Ã£o da cidadania para alcanÃ§ar uma sociedade mais justa e com equidade passa pelo reconhecimento do outro em sua dignidade pessoal como sujeito de direitos, de modo que todos tenham condiÃ§Ãµes de participar do desenvolvimento econÃ´mico, social e polÃtico da sociedade.
Maria Alice Setubal, 57, sociÃ³loga, mestre em ciÃªncias polÃticas pela USP e doutora em psicologia da educaÃ§Ã£o pela PUC-SP (PontifÃcia Universidade CatÃ³lica de SÃ£o Paulo), Ã© diretora-presidente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em EducaÃ§Ã£o, Cultura e AÃ§Ã£o ComunitÃ¡ria) e e presidente da FundaÃ§Ã£o Tide Setubal. Fonte: Folha de S.Paulo - 12/01/09.
USP - http://www4.usp.br/
PUC-SP - http://www.pucsp.br/
Cenpec - http://www.cenpec.org.br/modules/home/
FundaÃ§Ã£o Tide Setubal - http://www.fundacaotidesetubal.org.br/

UNIVERSIDADE: PERVERSÃ•ES DA AUTONOMIA
A rigor, o termo autonomia significa capacidade de definir as prÃ³prias normas. Em uso corrente, inclui o sentido de autarquia ou capacidade de autogoverno.
Para avaliar objetivamente a questÃ£o da autonomia universitÃ¡ria, consideremos dois planos articulados: administrativo e acadÃªmico.
No plano administrativo, as universidades federais encontram-se travadas por aparato normativo que compromete tanto a missÃ£o acadÃªmica de formar com qualidade quanto o dever de buscar eficiÃªncia e economicidade como instituiÃ§Ã£o pÃºblica.
RÃ¡pidos exemplos triviais. Para atividades de ensino e pesquisa, precisamos de bens de melhor qualidade e serviÃ§os mais criativos, pertinentes e competentes, quase nunca baratos.
PorÃ©m, segundo a lei de licitaÃ§Ãµes, somos obrigados a contratar pelo menor preÃ§o.
Na UFBA (Universidade Federal da Bahia), seis meses de conta de Ã¡gua bastariam para substituir todo o obsoleto sistema hidrÃ¡ulico dos campi, reduzindo o consumo em atÃ© 40%.
NÃ£o obstante, Ã© proibido mudar rubricas de custeio porque o OrÃ§amento da UniÃ£o Ã© prefixado.
Em qualquer caso, inÃºtil economizar, porque todo o montante poupado tem de ser, ao final do exercÃcio, recolhido ao Tesouro Nacional.
Diligentemente, Ã³rgÃ£os de controle externo nos tÃªm auditado. O TCU (Tribunal de Contas da UniÃ£o), aplicando a lei, tem punido dirigentes universitÃ¡rios por irregularidades supostas em procedimentos que, o mais das vezes, visam a viabilizar a gestÃ£o universitÃ¡ria.
No plano acadÃªmico, a universidade se engana, e aparentemente gosta, ao pretender-se autÃ´noma. De fato, longe estamos da mÃtica autonomia universitÃ¡ria.
Submetidos Ã crescente judicializaÃ§Ã£o da sociedade, concursos docentes, processos seletivos, transferÃªncias e matrÃculas obedecem a leis e regras mais cartoriais que acadÃªmicas.
Projetos pedagÃ³gicos seguem, na minÃºcia, diretrizes curriculares estabelecidas por Ã³rgÃ£os externos de regulaÃ§Ã£o, influenciados por interesses corporativos e mercadolÃ³gicos.
Linhas de pesquisa contemplam prioridades definidas por agÃªncias de fomento; programas de extensÃ£o respondem a demandas ou determinaÃ§Ãµes de organismos governamentais, nÃ£o-governamentais e empresariais.
A autonomia universitÃ¡ria nos Ã© garantida pelo artigo 207 da ConstituiÃ§Ã£o Federal. EntÃ£o, por que nÃ£o recebemos orÃ§amento global, definido por metas e planos?
Por que nosso quadro docente e de servidores obedece a regras do serviÃ§o pÃºblico, quiÃ§Ã¡ adequadas a repartiÃ§Ãµes burocrÃ¡ticas, porÃ©m flagrantemente contraditÃ³rias com o mandato da inovaÃ§Ã£o acadÃªmica?
Por que nossos conselhos de gestÃ£o nÃ£o tÃªm autonomia para gerir patrimÃ´nio, custeio e receita?
Por que nossos conselhos acadÃªmicos tÃªm que seguir diretrizes e regulamentos de corporaÃ§Ãµes e conselhos?
Por que nossos conselhos curadores, reforÃ§ados com representaÃ§Ã£o da sociedade, nÃ£o poderiam fiscalizar operaÃ§Ã£o, orÃ§amentos e prestaÃ§Ãµes de contas?
Por que povo e governo nÃ£o nos cobram transparÃªncia, competÃªncia, desempenho e qualidade em vez de mera capacidade de seguir regras de controle e normas burocrÃ¡ticas?
O conceito de autonomia da universidade articula meios e fins. Como sua missÃ£o Ã© socialmente referenciada, penso que a autonomia dos fins deve ser relativa, com participaÃ§Ã£o e controle social na definiÃ§Ã£o de metas e finalidades. PorÃ©m, para cumprir de modo competente seu mandato histÃ³rico, a universidade precisa gerir processos institucionais com autonomia plena dos meios.
A universidade brasileira perverte o conceito de autonomia. Onde precisa, nÃ£o exerce autonomia, pois, em seu cotidiano, a gestÃ£o dos meios segue pautas extrainstitucionais e obedece a marcos heterÃ´nomos.
Entretanto, docentes e dirigentes reivindicam autonomia dos fins. Tal posiÃ§Ã£o tem justificado, por exemplo, rechaÃ§ar polÃticas de aÃ§Ãµes afirmativas e inclusÃ£o social, o que pouco contribui para tornar mais justa a sociedade que abriga, sustenta e legitima a universidade.
Na atual conjuntura nacional, rica em oportunidades e desafios, pode a defesa da autonomia justificar conservadorismo social, imobilismo institucional e ranÃ§o acadÃªmico? Penso que nÃ£o.
Immanuel Kant, propondo destradicionalizar a universidade mediante experimentaÃ§Ã£o de novas formas de pensar e agir, propÃ´s a audÃ¡cia como consigna da autonomia universitÃ¡ria.
Seguindo o grande filÃ³sofo, defendo o conceito de autonomia somente como ousadia histÃ³rica, jamais para manter a velha universidade elitista, alienada e anacrÃ´nica, sempre para transformar e reinventar a vida.
Naomar de Almeida Filho, 56, doutor em epidemiologia, pesquisador do CNPq, Ã© professor titular do Instituto de SaÃºde Coletiva e reitor da UFBA (Universidade Federal da Bahia). Fonte: Folha de S.Paulo - 11/01/09.
CNPq - http://www.cnpq.br/
Instituto de SaÃºde Coletiva - http://www.isc.ufba.br/welcome.asp
UFBA - http://www.portal.ufba.br/

"ONGs DO BEM", "INGs DO MAL"
A HEFAÃSTO (Vulcano, para os romanos), deus grego do fogo e da forja, enfim, de tudo o que se refere Ã energia, foi confiada a repartiÃ§Ã£o entre os povos dos atributos relativos ao seu domÃnio. Convidou entÃ£o HÃ©lios, o Sol, para ajudÃ¡-lo na Ã¡rdua tarefa. "Neste paÃs", determina HefaÃsto, "AmÃ©rica do Norte, vamos colocar os Ãmpios tornados, os devastadores ciclones ("hurricanes'). Neste "soi-disant" ImpÃ©rio do Sol Nascente, serÃ£o concentrados os terremotos e vulcÃµes, manifestaÃ§Ãµes da incontida energia nuclear contida no nÃºcleo da Terra. Ã€ RÃºssia, sua SibÃ©ria e adjacÃªncias serÃ£o conferidas a tortura do gelo perene, da neve de aluviÃ£o e suas consequÃªncias, tais como a quebra de colheitas e a fome. No Oriente, ventos e tempestades produzirÃ£o as mais devastadoras enchentes. No PacÃfico, tsunamis trarÃ£o, vez por outra, funestas tragÃ©dias".
E assim foi atÃ© que chegou a vez do Brasil. "Aqui vamos colocar os mais benevolentes potenciais hÃdricos, terras fÃ©rteis abundantes, a pujante AmazÃ´nia, generosa solaridade e regularidade de chuvas, essenciais para o cultivo da biomassa. Enfim, tudo o que for necessÃ¡rio para uma produÃ§Ã£o fecunda de energia renovÃ¡vel".
HÃ©lios, atÃ© entÃ£o conformado com as extravagÃ¢ncias de HefaÃsto, se revoltou. "Por que esse desequilÃbrio, essa manifesta injustiÃ§a? Tudo de bom em um Ãºnico paÃs, tudo de ruim nos demais?" "Calma", replica HefaÃsto. "Espera sÃ³ para ver a invasÃ£o de ONGs verdolengas, obsessivas, paranoicas, que vÃ£o infestar o Brasil."
NÃ£o nos ocuparemos aqui daquelas denominadas "ONGs do mal". Dentre elas, aquelas cujo propÃ³sito Ãºnico Ã© o usufruto de benesses financeiras e materiais. SÃ£o denominadas ONGs sanguessugas nos compÃªndios de parasitologia. Tampouco consideraremos aquelas ONGs que, sustentadas por instituiÃ§Ãµes e governos estrangeiros, defendem interesses alienÃgenas e se mantÃªm insensÃveis Ã s aspiraÃ§Ãµes do povo brasileiro.
Concentraremo-nos, portanto, naquelas denominadas "ONGs do bem". Vamos tambÃ©m incluir nesse conjunto bem intencionados defensores pÃºblicos e autoridades do setor de meio ambiente. E vamos comeÃ§ar pelo recente leilÃ£o de eletricidade que teve como consequÃªncia a autorizaÃ§Ã£o e incontornÃ¡vel implantaÃ§Ã£o de 50 termoelÃ©tricas a combustÃveis fÃ³sseis.
Argumentam esses missionÃ¡rios verdolengos que hidroelÃ©tricas reclamam represamento de Ã¡gua e que represas sÃ£o prejudiciais ao meio ambiente por vÃ¡rios motivos.
Inicialmente, porque ocupam o espaÃ§o do ambiente natural, principalmente florestas, ameaÃ§ando espÃ©cies naturais e o equilÃbrio ecolÃ³gico.
Ora, qualquer espÃ©cie que estiver restrita exclusivamente Ã regiÃ£o de uma futura represa hidroelÃ©trica jÃ¡ estÃ¡ condenada Ã extinÃ§Ã£o devido ao espaÃ§o limitado. Por outro lado, a questÃ£o de espaÃ§o vital Ã© ridÃcula, pois, se assim fosse, terÃamos que secar os lagos naturais. A maior diferenÃ§a entre lagos naturais e represas Ã© que os primeiros foram feitos pela mÃ£e natureza (JeovÃ¡ para alguns), enquanto as represas resultam da aÃ§Ã£o do homem sobre a natureza. No fundo, uma grande parcela da aversÃ£o dos chamados ambientalistas por represas Ã© de origem religiosa.
Ã‰ claro que a introduÃ§Ã£o de uma hidroelÃ©trica, mesmo que seja ela de "fio d'Ã¡gua" (em que a Ã¡gua represada Ã© minimizada em troca de perdas de potÃªncia e de energia), provoca mudanÃ§as no meio ambiente, que, aliÃ¡s, com frequÃªncia sÃ£o desejÃ¡veis, pois permitem controle de enchentes prejudiciais ao homem e ao ambiente em geral. Mas, outras vezes, podem de fato ter consequÃªncias negativas.
Todavia, os danos causados por termoelÃ©tricas sÃ£o de mÃ©dio e longo prazo, infinitamente maiores, devido ao aumento do efeito estufa e com consequÃªncias globais, do que o que ocorre localmente como consequÃªncia da implantaÃ§Ã£o de uma hidroelÃ©trica.
Aparentemente os oponentes Ã hidroelÃ©tricas nÃ£o percebem que a cada vitÃ³ria jurÃdica que obtÃªm, uma sÃ©rie de termoelÃ©tricas serÃ¡ construÃda.
Outras dessas "ONGs do bem" concentram seus ataques no Ã¡lcool combustÃvel. "Ã‰ preciso salvar o cerrado", dizem, "Ã© preciso salvar a caatinga, Ã© preciso salvar as dunas, os pÃ¢ntanos, o mangue, o deserto". Enfim, nÃ£o se pode tocar em nada, nem nos 200 milhÃµes de hectares de pastos. Ou seja, o Brasil Ã© um museu intocÃ¡vel. Esse Ã© o dogma divino. NÃ£o hÃ¡ espaÃ§o para a cana. Temos que nos conformar com os fÃ³sseis poluentes, aniquiladores.
Temos que nos conformar com a misÃ©ria do brasileiro.
Os antolhos dessa obsessÃ£o, ironicamente, fazem com que vejam as Ã¡rvores e ignorem a floresta. Ou seja, salvam meia dÃºzia de espÃ©cimes locais (nÃ£o de espÃ©cies), mas comprometem a humanidade e mesmo a vida sobre a Terra. Que Deus nos livre das "ONGs do bem", que nÃ³s nos ocuparemos das "ONGs do mal".
RogÃ©rio Cezar de Cerqueira Leite, 77, fÃsico, Ã© professor emÃ©rito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de AdministraÃ§Ã£o da ABTLuS (AssociaÃ§Ã£o Brasileira de Tecnologia de Luz SÃncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha. Fonte: Folha de S.Paulo - 13/01/09.
Unicamp - http://www.unicamp.br/unicamp/
RogÃ©rio Cezar de Cerqueira Leite - http://www.abc.org.br/sjbic/curriculo.asp?consulta=rccl