FM - Faculdade Mental

MARILENE CAROLINA - 29/11/2008

AMIZADE JAPÃƒO X MINAS

UMA NOVA CARA PARA A PAMPULHA

A Pampulha muda de cara a partir de dezembro. AlÃ©m das curvas encantadoras do conjunto arquitetÃ´nico de Oscar Niemeyer, que tornaram a regiÃ£o um dos principais cartÃµes postais da capital, um novo monumento serÃ¡ mais um atrativo no Parque EcolÃ³gico da Pampulha. Em dezembro serÃ¡ inaugurado lÃ¡ o Memorial da ImigraÃ§Ã£o Japonesa no Brasil. Encerrando as comemoraÃ§Ãµes mineiras do centenÃ¡rio da imigraÃ§Ã£o nipÃ´nica no paÃs, iniciadas com a inauguraÃ§Ã£o do Jardim JaponÃªs, em dezembro do ano passado, o monumento foi construÃdo em tempo recorde: trÃªs meses.
O projeto arquitetÃ´nico Ã© assinado pelos arquitetos Gustavo Penna e Marisa Machado Coelho e a concepÃ§Ã£o artÃstica, por Paulo Pederneiras. A concepÃ§Ã£o se deu a partir de um conceito de celebraÃ§Ã£o da amizade entre o JapÃ£o e os mineiros. O Memorial serÃ¡ composto por uma ponte suspensa sobre um lago, simbolizando os dois paÃses distantes por um oceano, porÃ©m ligados por idÃ©ias e ideais. Ao centro, haverÃ¡ o pavilhÃ£o de exposiÃ§Ã£o. O visitante farÃ¡ um percurso que compreende uma partida do JapÃ£o, simbolizado por cerejeiras, atÃ© a chegada Ã Minas dos ipÃªs brancos.
Flash: Para a construÃ§Ã£o do novo prÃ©dio foram utilizadas 280 t de aÃ§o
Fonte: O Tempo - 21/11/08.

ATENTADO POÃ‰TICO
29/11 - Dia da sexta ediÃ§Ã£o do Atentado PoÃ©tico. Sabe o que Ã© isso? Ã‰ uma iniciativa de estudantes e professores da FundaÃ§Ã£o Torino que deixam livros em lugares pÃºblicos da capital, com a intenÃ§Ã£o de compartilhar e estimular a leitura. As obras "libertadas" ficam aguardando qualquer pessoa interessada em "adotÃ¡-las". Ao meio-dia, na praÃ§a da Liberdade, todos os envolvidos no projeto vÃ£o fazer nÃºmeros artÃsticos e culturais, alÃ©m de "abandonarem" por lÃ¡ mais alguns livros.
Ã‰lder Martinho - Fonte: O Tempo - 28/11/08.
FundaÃ§Ã£o Torino - http://www.fundacaotorino.com.br/principal.php
ATENTADO POÃ‰TICO - http://www.fundacaotorino.com.br/atentadopoetico/
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O FIM DO MESTRADO...
...Tal como introduzido no Brasil, durante a ditadura militar, parece prÃ³ximo.
Na atualidade, praticamente todos os paÃses com maior desenvolvimento econÃ´mico e social tÃªm mestrado como formaÃ§Ã£o profissional.
Entre nÃ³s, o grau universitÃ¡rio chamado mestrado foi instituÃdo em 1965 pelo famoso Parecer Sucupira, que definiu diretrizes para a pÃ³s-graduaÃ§Ã£o brasileira. Nesse contexto, o tÃtulo foi criado como habilitaÃ§Ã£o Ã docÃªncia em nÃvel superior.
Quarenta anos depois, tal definiÃ§Ã£o sÃ³ existe no Brasil e, em menor escala, em alguns paÃses latino-americanos. Quais sÃ£o os antecedentes dessa invenÃ§Ã£o da burocracia acadÃªmica brasileira? A que fins serviu? ServirÃ¡ no futuro?
O termo "master", "meister" (daÃ o tratamento plebeu -"mister"- na lÃngua inglesa), "maÃ®tre", mestre, em portuguÃªs, tem raÃzes profissionais. Na Europa medieval, designava o artesÃ£o experiente que dominava seu ofÃcio e, autorizado pelas corporaÃ§Ãµes, estava apto a formar aprendizes.
A universidade formava entÃ£o apenas "doctors", senhores da "doctrina". SÃ³ na era moderna comeÃ§ou a titular profissionais. A Reforma Humboldt, instituidora da universidade de pesquisa em 1810, manteve o doutorado como lÃ¡urea acadÃªmica maior. Mas acolheu o mestrado como grau acadÃªmico intermediÃ¡rio, em suplemento Ã lÃ¡urea menor, o bacharelado.
A partir do sÃ©culo 20, em toda a AmÃ©rica do Norte e nos paÃses da "commonwealth", o tÃtulo de "master" tanto se refere Ã formaÃ§Ã£o prÃ©-doutoral quanto implica designaÃ§Ã£o direta da Ã¡rea profissional.
O administrador recebe o tÃtulo de MBA ["master of business administration"]; o pedagogo, M.Ed. ["master of education"]; o sanitarista, M.P.H. ["master of public health"]; o psicÃ³logo, M.Psychol. ["master in psychology"]; e assim por diante. ExceÃ§Ãµes sÃ£o algumas profissÃµes que seguem o padrÃ£o da medicina, em que graduaÃ§Ã£o [M.D. -"medical doctor"] Ã© sempre doutorado. E, em muitas universidades, o curso de direito concede grau de J.D. ["juris doctor"].
Na tradiÃ§Ã£o mediterrÃ¢nea, raiz da universidade brasileira (atravÃ©s de Coimbra e depois pela influÃªncia da Sorbonne e das "Ã©coles polytechniques"), o tÃtulo mestre nunca foi utilizado. Preferia-se licenciado (modelo francÃªs e espanhol) ou bacharel (modelo lusitano).
Com o Processo de Bolonha, a partir de 1999, unifica-se o mestrado como diploma do segundo ciclo na maioria das universidades europÃ©ias. Em Portugal, Holanda e SuÃÃ§a, por exemplo, mÃ©dico Ã© agora mestre em medicina.
Na FranÃ§a, Alemanha e ItÃ¡lia, cursos em complemento Ã s lÃ¡ureas profissionais sÃ£o igualmente referidos como mestrado.
Neste contexto de crescente internacionalizaÃ§Ã£o da universidade, vale a pena continuarmos sucupiranos? Faz sentido manter no Brasil uma exÃ³tica licenciatura para ensino superior chamada mestrado? NÃ£o seria interessante "masterizar" a formaÃ§Ã£o profissional, com soluÃ§Ãµes criativas para impasses e limites dos modelos internacionais?
Respostas a essas questÃµes podem ser dadas pelo Reuni, pelo menos no Ã¢mbito da rede federal de ensino superior. No plano nacional, a Andifes avanÃ§a na construÃ§Ã£o do chamado "Reuni da pÃ³s", que deve contemplar ampliaÃ§Ã£o maciÃ§a de vagas e propostas de reestruturaÃ§Ã£o dos ciclos pÃ³s-profissionais. No plano local, vÃ¡rias universidades desenvolvem modelos de pÃ³s-graduaÃ§Ã£o compatÃveis internacionalmente.
Assim Ã© que vimos implantando na UFBA o modelo conhecido como Universidade Nova, que, alÃ©m dos bacharelados interdisciplinares, prevÃª expansÃ£o dos mestrados profissionais (devidamente redesenhados) e equivalÃªncia entre essa modalidade e cursos de especializaÃ§Ã£o. No marco legal superado da pÃ³s-graduaÃ§Ã£o brasileira, mestres formados no exterior em graduaÃ§Ã£o profissional tÃªm sido oficialmente credenciados por colegiados e cÃ¢maras como docentes de nÃvel superior. HaverÃ¡ certamente reaÃ§Ã£o Ã s mudanÃ§as entre os que se beneficiaram do equÃvoco regulatÃ³rio.
Mas, para recriar a pÃ³s-graduaÃ§Ã£o brasileira, contamos enfim com os Ã³rgÃ£os normativos e de coordenaÃ§Ã£o da educaÃ§Ã£o superior. O Conselho Nacional de EducaÃ§Ã£o poderia rever o Parecer Sucupira, e todo o marco legal derivado, Ã luz das mudanÃ§as em curso em praticamente todos os paÃses do mundo desenvolvido. E a Capes, formada por representantes das comunidades acadÃªmicas, poderia elaborar diretrizes especÃficas para os mestrados profissionais, fomentando propostas capazes de tornar a universidade brasileira mais integrada Ã s redes internacionais de produÃ§Ã£o e circulaÃ§Ã£o de ciÃªncia, arte e cultura.
Naomar de Almeida Filho, 56, doutor em epidemiologia, pesquisador do CNPq, Ã© professor titular do Instituto de SaÃºde Coletiva e reitor da UFBA (Universidade Federal da Bahia). Fonte: Folha de S.Paulo - 23/11/08.
CNPq - http://www.cnpq.br/
Instituto de SaÃºde Coletiva - http://www.isc.ufba.br/welcome.asp
UFBA - http://www.portal.ufba.br/