FM - Faculdade Mental

MARILENE CAROLINA - 24/09/2007

O MENOR LIVRO DO MUNDO...

MENOR LIVRO DO MUNDO TEM TAMANHO DE GRÃƒO DE ARROZ (Confira a foto)

Uma exposiÃ§Ã£o de bÃblias em Porto Alegre tem como destaque o menor livro do mundo. Como 5 mm, o livro Ã© pouco maior que um grÃ£o de arroz e suas pÃ¡ginas trazem a oraÃ§Ã£o do Pai Nosso em vÃ¡rias lÃnguas.
A mostra, organizada pelo Centro de Pastoral e Solidariedade, apresenta livros como uma BÃblia Luterana Antiga, escrita entre os anos 1601 e 1642, uma bÃblia em grego do sÃ©culo XVII e outra francesa, de 1866, entre outras.
A obra estÃ¡ exposta na PontifÃcia Universidade CatÃ³lica (PUC-RS). O evento acontece atÃ© a prÃ³xima quinta, tem entrada franca e Ã© realizada em frente Ã PrÃ³-Reitoria de ExtensÃ£o, na avenida Ipiranga, 6681.

Fonte: RedaÃ§Ã£o Terra â€“ 25/09/07.

BIENAL DO LIVRO NO RIO

A 13Âª Bienal Internacional do Livro do Rio, encerrada ontem, bateu recorde de pÃºblico. Em 11 dias, o nÃºmero de visitantes chegou a 645 mil, contra 630 mil na Ãºltima ediÃ§Ã£o. Segundo Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), o faturamento foi de R$ 43 milhÃµes (contra R$ 41,5 milhÃµes na Ãºltima ediÃ§Ã£o) e 2,5 milhÃµes de livros foram vendidos (contra 2,3 milhÃµes em 2005).
Uma das principais atraÃ§Ãµes ontem foi a escritora americana Cecily von Ziegesar, que enfrentou uma fila de dezenas de meninas adolescentes que queriam autÃ³grafos para os livros da sÃ©rie "Gossip Girl". Ã€ tarde, o diplomata Alberto da Costa e Silva, as historiadoras Lilia Schwarcz e Francisca Nogueira de Azevedo e o jornalista Laurentino Gomes comentaram as comemoraÃ§Ãµes dos 200 anos da chegada da FamÃlia Real, que acontecem no ano que vem.
Ainda que a feira tenha sido um sucesso de pÃºblico e vendas, e de vÃ¡rios eventos terem atraÃdo muita gente (Ziraldo no sÃ¡bado reuniu cerca de 500 pessoas - a maioria crianÃ§as), nem sempre as mesas funcionaram. O grande nÃºmero de escritores convidados muitas vezes significou mistura de nomes sem afinidade.
Curiosamente, uma das mesas que mais funcionou foi a dos novelistas Gilberto Braga e Silvio de Abreu, que comentaram na noite de sÃ¡bado o trabalho de criaÃ§Ã£o de novelas. Mas, como disse Silvio de Abreu, "isso nÃ£o tem nada a ver com romance ou com literatura".
Algumas editoras comemoravam na noite de ontem nÃºmeros positivos. A Record, maior editora do paÃs, divulgou 25% a mais de vendar em relaÃ§Ã£o Ã Ãºltima bienal. A Objetiva (escolhida pela direÃ§Ã£o do evento como melhor estande) faturou 10% a mais. A Nova Fronteira divulgava 15% a mais de vendas.

Marcos Strecker - Fonte: Folha de s.Paulo - 24/09/07.

LIVROS

"O LIVRO, CAINDO NALMA,
Ã‰ GERME, QUE FAZ A PALMA,
Ã‰ GOTA, QUE FAZ O MAR."
CASTRO ALVES (O CAETANO VELOSO DO SÃ‰CULO XIX)

Volta e meia surgem vozes decretando o fim do livro. O curioso Ã© que todo mundo fala como se livro fosse romance. Livro Ã© muito mais que isso. Ã‰ todo o pensamento humano, em toda a sua complexidade. E Livro, Ã© bom nÃ£o esquecer, do mais leve ao mais sÃ©rio, Ã© diversÃ£o. Aqui alguns dos que li ultimamente. Em nenhum deles perdi meu tempo:

GOYA: Robert Hugues (Companhia das Letras; 497 pÃ¡gs.)
O grande crÃtico australiano-americano nos dÃ¡ um dramÃ¡tico estudo da Espanha do sÃ©culo XVII a pretexto de falar de Goya. AlÃ©m de aprender a grande histÃ³ria vocÃª aprende tambÃ©m a pequena histÃ³ria, petite histoire:
1) A duquesa de Alba, a "Maja Desnuda", morreu de dengue. O nu famoso, possivelmente, Ã© de uma prostituta qualquer. A cabeÃ§a da mulher, por imposiÃ§Ãµes de cima, foi substituÃda por outra e estÃ¡ mal colocada. Reparem da prÃ³xima vez.
2) Pra minha decepÃ§Ã£o, Goya nunca comeu a condessa. NÃ£o tinha lÃ¡ tanto acesso.

Uma Noite no Majestic (Record; 347 pÃ¡gs.)
Mais um livro â€“ sÃ£o milhares, jÃ¡ â€“ sobre Proust. O tÃtulo Ã© misleading, desorientador. E o desenho da capa ajuda muito nessa desorientaÃ§Ã£o do leitor. Leva-o a achar que vai ler um livro engraÃ§adinho. O autor, Davenport-Hines, comeÃ§a pelo jantar no famoso Majestic, em que, em 1922, o social promoter Sydney Schiff, sempre muy amigo, juntou Stravinsky, Diaghilev, Picasso, Joyce, e Proust, e dÃ¡ a impressÃ£o de que o seu livro se desenvolverÃ¡ sobre esse jantar. Mas 90% Ã© sobre o prÃ³prio Proust, seu gÃªnio e suas geniais anomalias.
Curiosidade: Ã© evidente que Davenport se baseou na extraordinÃ¡ria biografia de Proust, escrita por George Painter. Quando Proust sai do jantar e dÃ¡ uma carona, malsucedida, a Joyce, o diÃ¡logo de Davenport Ã© perfeitamente igual ao de Painter. Isso "acontece" demais em literatura. O prÃ³prio Proust dava suas copiadazinhas em Ruskin, sem avisar ninguÃ©m.
A "viagem" histÃ³rica no tÃ¡xi de Proust durou exatamente um minuto. O Hotel Majestic ficava ao lado de onde Proust vivia. Ir de tÃ¡xi podia ser por causa da asma de Proust. Ou de sua frescura. VocÃªs decidem.

Pump and Circumstance (Os Dias Gloriosos das Bombas de Gasolina; John Margolies; Bulfinch Press Book; 127 pÃ¡gs.)
Excelente trocadilho â€“ pra tapar a boca dos que inventaram, na Inglaterra, que o trocadilho Ã© a mais baixa forma de humor. Eu, cÃ¡ por mim, acho que a mais baixa forma de humor Ã© a filosofia brasileira. Embora muito engraÃ§ada.
O trocadilho Ã© sobre frase "clÃ¡ssica" â€“ Pompa e CircunstÃ¢ncia, que virou Bomba (de gasolina) e CircunstÃ¢ncia. NÃ£o sei de onde vem a frase original e me recuso, com essa magnÃfica primavera batendo na minha janela, a consultar o Google, a cultura prÃªtâ€“porter.
O Ã¡lbum, com esplÃªndidas fotos, eruditamente comentadas, Ã© a histÃ³ria das bombas de gasolina desde o inÃcio dos tempos, i.e., nos Estados Unidos. Me convenceu de que a Pop Art comeÃ§ou com aqueles postos em forma de pato e bombas como trombas de elefante. E aprendi que The Roaring Twenties â€“ os esporrentos anos 20 â€“, nome popular dos anos 20, se referia ao esporro dos automÃ³veis. Nunca mais houve silÃªncio no mundo.

Wittgenstein Poker. Poker aqui nÃ£o Ã© o conhecido jogo em que o blefe nÃ£o sÃ³ Ã© aceito, mas atÃ© aplaudido (como no Senado brasileiro). Trata-se de atiÃ§ador, haste de ferro com que se atiÃ§a o fogo da lareira.
O AtiÃ§ador de Wittgenstein (Difel; 330 pÃ¡gs.).
O livro narra o encontro, de apenas dez minutos, entre o renomado filÃ³sofo Karl Popper e o "gÃªnio" Ludwig Wittgenstein, que nÃ£o apenas "renovou", mas "acabou" com a filosofia. O livro conta a histÃ³ria da "briga" entre os dois filÃ³sofos.
JÃ¡ li alguma coisa de Wittgenstein e de vez em quando volto a ele. Concordo plenamente quando diz: "A negaÃ§Ã£o Ã© uma funÃ§Ã£o unÃ¡ria que associa um valor de verdade ao valor de verdade oposto (se 'P' Ã© verdadeiro, '- P' Ã© falso)". NÃ£o Ã© mesmo?
Bertrand Russell, Ãºltimo a ter alguma relaÃ§Ã£o com Wittgenstein, diz que sua Ãºltima premissa, de dez linhas, era "absolutamente incompreensÃvel. Mas genial".

Fart Proudly (Enthea Pressa; 128 pÃ¡gs.).
Peide orgulhosamente. Textos de Benjamin Franklin que nunca foram ensinados na Escola.
Esse assunto seria fescenino se nÃ£o tivesse sido escrito por um dos gÃªnios da cultura ocidental. O "Pai da PÃ¡tria" americana aconselha todos os seus compatriotas a perderem as suas inibiÃ§Ãµes quanto a emitirem gases:
"Ã‰ de conhecimento universal que, digerindo comida comum, se produz, nas tripas do ser humano, certa ventosidade. Isso, escapando e se misturando Ã atmosfera, torna-se ofensivo Ã companhia, devido ao odor fÃ©tido que o acompanha. De modo que pessoas bem-educadas tentam evitar essa ofensa social, nÃ£o permitindo Ã natureza cumprir a sua funÃ§Ã£o".
E por aÃ vai o profeta americano, a essa altura jÃ¡ famoso como um dos maiores cientistas do paÃs.
Franklin termina com um conceito filosÃ³fico: "Quem vive de esperanÃ§a morre peidando".

Por falar em livros: como Ã© que eu vivi tantos anos sem o Stic e o Post-it?

MillÃ´r - Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2027.

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