FM - Faculdade Mental

A JENTE HERRAMOS - 07/01/2011

"HERROS" MISTERIOSOS

A MORTE DOS MELROS
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http://www.nytimes.com/2011/01/04/us/04beebe.html
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http://www.daylife.com/search?q=beebe+birds
De acordo com especialistas, os fogos de artifÃcio foram a causa mais provÃ¡vel para a morte de milhares de melros na cidade norte-americana de Beebe, no Arkansas. Eles acreditam que os pÃ¡ssaros tenham se assustado com o barulho e a luminosidade e se desorientaram, batendo em casas, carros e no chÃ£o. Mas alertam: a causa real pode nÃ£o ser descoberta.
Para os moradores da pequena cidade, que perderam o fim de semana coletando entre 4.000 e 5.000 pÃ¡ssaros mortos, a mortandade Ã© um mistÃ©rio.
Alguns moradores especulavam que o mau tempo seria o culpado. Outros acreditavam que o pÃ¡ssaro lÃder do banco poderia ter levado o grupo inteiro Ã morte. Algumas crianÃ§as comentavam, assustadas, que os melros haviam cometido suicÃdio em massa.
Em poucos dias, essa foi a segunda morte em massa de animais no Arkansas. Na semana passada, 83 mil peixes apareceram boiando em 30 quilÃ´metros do rio Arkansas, cerca de 160 quilÃ´metros a oeste de Beebe. Oficiais do serviÃ§o ambiental disseram que a morte dos peixes nÃ£o estÃ¡ relacionada com a morte dos pÃ¡ssaros. Acredita-se que os peixes tenham sido atingidos por uma doenÃ§a. O resultado dos exames deve sair dentro de um mÃªs.
A "chuva" de melros por telhados, calÃ§adas e lavouras atingiu moradores que passeavam com seus cachorros ou carros de polÃcia que faziam a ronda da cidade.
Fonte: O Tempo - 05/01/11.
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PROBLEMAS DE EDUCAÃ‡ÃƒO
Escrevi, na semana passada, um artigo a respeito da maneira com que a experiÃªncia educacional implantada na Coreia do Sul virou referÃªncia nos debates educacionais brasileiros, principalmente por aqueles que compreendem "educaÃ§Ã£o" como "formaÃ§Ã£o de mÃ£o de obra qualificada".
Houve incompreensÃ£o a respeito de alguns aspectos.
Na verdade, nÃ£o se trata de simplesmente desqualificar todo e qualquer ensino tÃ©cnico, mas de recusar a tentativa de restringir o debate educacional ao paradigma "formaÃ§Ã£o para o trabalho".
Esta tendÃªncia tem raÃzes profundas na histÃ³ria da educaÃ§Ã£o brasileira, nÃ£o Ã© nova. A novidade Ã© que ela vem associada, muitas vezes, a um certo anti-intelectualismo que visa levar a opiniÃ£o pÃºblica a crer que as pesquisas, principalmente as da Ã¡rea de ciÃªncia humanas, de nada servem para o paÃs, a nÃ£o ser para criar "ideologia esquerdista".
Seria o caso de lembrar duas coisas. Primeiro, se hÃ¡ algo que impulsionou a educaÃ§Ã£o coreana Ã© um trinÃ´mio no qual insiste todo conhecedor da educaÃ§Ã£o brasileira hÃ¡ dÃ©cadas. Ele consiste em: valorizaÃ§Ã£o da carreira de professor (um professor coreano de educaÃ§Ã£o fundamental ganha, em mÃ©dia, U$ 4.000), criaÃ§Ã£o de uma rede extensa de escolas integrais pÃºblicas e consolidaÃ§Ã£o de um currÃculo mÃnimo nacional a ser implementado em todas as escolas.
ImplementaÃ§Ã£o que deve ser objeto de inspetoria geral capaz de avaliar aulas, processos e estrutura fÃsica das escolas. Ou seja, ninguÃ©m precisou esperar o mito coreano para descobrir o que nos falta.
Segundo, foi esta "ideologia esquerdista" que construiu boa parte dos esquemas compreensivos fundamentais para o paÃs conseguir pensar a si mesmo.
Pergunte-se o que seria da definiÃ§Ã£o de nossos reais problemas e potencialidades se nossa universidade nÃ£o tivesse produzido as pesquisas de SÃ©rgio Buarque de Holanda, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, entre tantos outros.
Por fim, ninguÃ©m discute que uma das bases dos processos educacionais Ã© o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas e de intervir em situaÃ§Ãµes prÃ¡ticas.
DaÃ a acreditar que devemos transformar os anÃºncios de empregos mal pagos dos departamentos de recursos humanos das grandes empresas em guia para o desenvolvimento de nossa formaÃ§Ã£o educacional e de nossas pesquisas hÃ¡ um passo inaceitÃ¡vel.
Na antiga Alemanha Oriental, o governo definia, de antemÃ£o, a carreira de seus cidadÃ£os a partir das necessidades da economia. Ao que parece, hÃ¡ gente neste paÃs que, no fundo, nÃ£o crÃª que algo parecido seja uma mÃ¡ ideia. NÃ£o deixa de ser cÃ´mico encontrÃ¡-los do outro lado do "espectro ideolÃ³gico".
Vladimir Safatle - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/01/11.

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